Propósito



A prática do Aikido é mais sutil do que se imagina. E durante muitos anos pratiquei golpes “AIKI” pensando ser Aikido. O que diferencia o Aikijutsu e o Aikido não são os golpes, mas o propósito. Uma faca pode ser usada para repartir um alimento ou pode ser usada para esquartejar uma pessoa. Tudo se resume ao propósito da utilização. A prática depende do propósito.

Executar golpes seguindo o princípio “AIKI” de estudo não garante o aspecto transformador da arte. O aspecto transformador não é inerente a execução de golpes. Pelo contrário, é a necessidade de fazer a arte como “processo de transformação” que dá propósito a ela. Só assim, o caractere “DO” (Caminho), da palavra “AIKI-DO”, assume uma utilidade prática e real na vida diária.

Costumo dizer aos meus alunos que ministrar o treino não é mais importante que limpar o dojo, pois ninguém treina em lugar onde não há limpeza alguma, e também ninguém treina em lugar limpo sem ter um mestre que ministre a aula. Tudo é muito importante. Tudo se resume ao propósito da limpeza e o propósito do treino.

Mas estar diariamente sobre o tatame, fazendo parte de um dojo, treinando com esse ou aquele sensei, não garante em si um bom propósito. O propósito depende de uma reafirmação diária e íntima que garanta a nobreza da missão.

Se minha missão é limpar o dojo, que ela seja “transformadora”; se minha missão é ministrar um treino, que ela seja “transformadora”; se minha missão é ser pai, mãe, filho, filha, esposo, esposa, etc., que essa missão seja verdadeiramente “transformadora”.

Ver os obstáculos da vida e se lamentar ou compreender que são oportunidades de transformação, tudo se resume a uma questão de propósito.

E você, qual foi verdadeiro propósito de ter lido esse texto?



Thiago Santana
Thiago Santana

Escola de Aikido

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